Uma moradora de Parla se deparou com uma cena extremamente repugnante em setembro passado, enquanto passeava com seu cachorro pela Vereda de las Veguillas, um caminho cercado por campos nos arredores do município de Madri. Da cerca que circundava a fazenda de gado, ela observou incrédula uma montanha de ovelhas mortas, umas em cima das outras, meio decompostas. Ele ligou imediatamente para o 112, o que deu o alarme.
Os primeiros a chegar ao local foram agentes da Polícia Nacional, que verificaram a veracidade da história da mulher e coordenaram as suas ações tanto com o Corpo de Agentes Florestais de Madrid como com a Zona de Proteção Animal do Ministério do Ambiente, Agricultura e Interior. Os agentes contaram um total de 50 ovelhas mortas e vários outros animais doentes no armazém apodrecido, que continha um total de 220 cabeças de ovelhas. A investigação resultou na detenção do proprietário da quinta, um negociante de gado espanhol de 51 anos que já tinha uma condenação anterior da Guarda Civil por outro crime ambiental relacionado com um incêndio florestal. Ele agora é acusado de “crueldade contra animais e abandono de vertebrados resultando em morte”. Um boletim de ocorrência a esse respeito foi enviado nesta quarta-feira.
Os investigadores afirmaram que os restantes animais apresentavam sinais de doença porque “as ovelhas não estavam a receber cuidados veterinários ou acompanhamento”, refere a nota. Na verdade, observam eles, as ovelhas afetadas apresentavam doença respiratória, claudicação, inflamação e infecção das glândulas mamárias ou anomalias nos cascos.
A exploração pecuária estava instalada num armazém e era composta por cerca de 220 animais. Os materiais utilizados na confecção dos recintos estavam enferrujados e quebrados, e o substrato sobre o qual os animais eram mantidos era composto principalmente de fezes e não era devidamente desinfetado.
Sem documentação
O detido não possuía qualquer documentação ou registo associado à exploração e afirmou que o veterinário não estava no local desde Fevereiro de 2025. A alimentação dada às ovelhas era no chão e não num recipiente impermeável. Em alguns locais, a palha era enegrecida, o que indicava mau armazenamento e poderia representar perigo para os animais se ingerida. Além disso, foram encontrados restos mortais e penas de uma ave morta na comida, o que representa um risco para a saúde, alerta a nota policial.
Por todas estas razões, em Setembro de 2025, agentes da Polícia Nacional detiveram este homem como alegado responsável pela crueldade animal e abandono de um animal vertebrado, resultando na morte por não fornecer o tratamento veterinário necessário para cuidar destes animais. Após sua prisão, ele foi entregue às autoridades judiciais.