novembro 23, 2025
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Em uma audiência de revisão contra vários envolvidos no assassinato do prefeito de Uruapan, Carlos Manzo, foram revelados alguns detalhes sobre como o ataque foi planejado. Neste sábado, um juiz ordenou a prisão preventiva de Jorge Armando N., vulgo El Licensed, que é apontado como um dos supostos mandantes do assassinato. Ele foi preso há poucos dias. Os sete guarda-costas presos nesta sexta-feira por “homicídio qualificado por omissão de fiador” também permanecerão em prisão preventiva, segundo fontes próximas à investigação consultadas pelo EL PAÍS.

Entre os uniformizados está o agente que atirou no atirador de Manzo, Victor Ubaldo, um jovem de 17 anos que conseguiu passar pela multidão que participava da Festa das Velas na praça central de Uruapan até chegar ao prefeito com sua arma. Em audiência neste sábado, foi revelado que o policial que atirou em Ubaldo enquanto ele já estava imobilizado o fez com a mesma arma que usou no crime do prefeito, e que atirou no pescoço dele, conforme noticiou a emissora de televisão. Milênio.

Os promotores investigavam agentes de segurança que acompanharam o presidente municipal na celebração do Dia dos Mortos que atiraram e mataram Victor Manuel Ubaldo, um adolescente que puxou o gatilho enquanto já estava contido. O ministro da Segurança, Omar García Harfuch, já anunciou que os policiais municipais que acompanharam Manzo naquela noite estão sob investigação.

Alfredo Ramirez Bedolla, governador do estado de Michoacan, refletiu há poucos dias sobre o papel dos guarda-costas do prefeito na noite do assassinato, quando descobriram o jovem que abriu fogo contra o político. “Eles prendem o assassino e momentos depois começa uma briga e o assassino é morto com um único tiro”, disse ele à mídia em entrevista coletiva. “As linhas de investigação estão abertas em todos os sentidos”, acrescentou.

A audiência será retomada na próxima quarta-feira, ao meio-dia, depois que a defesa pediu mais tempo para reunir provas. Na audiência de sábado, onde a promotoria apresentou suas provas, também foi mencionado que os líderes do Cartel Nova Geração de Jalisco ofereceram dois milhões de pesos pelo assassinato de Manzo e que o crime envolveu um homem próximo ao presidente do município de Uruapan, que compartilhou informações sobre seu cotidiano.

A aquisição da El Licensed esta semana permitiu ao CJNG chegar aos escalões superiores, revelando os nomes e sobrenomes de seu chefe. Ramon Alvarez Ayala, também conhecido como R-1, foi o iniciador das instruções ditadas na sala de bate-papo onde foi organizado o assassinato de Manzo e agora está na mira das autoridades destacadas em todo o estado de Michoacán para enfraquecer o cartel. R-1 já foi preso em 2012 e, após passar dez anos preso, foi libertado há três anos.