O Tribunal de Proteção de Getxo concordou esta quarta-feira com a prisão provisória de um homem de 27 anos detido pela sua suposta ligação com a morte violenta de uma mulher de 54 anos em Barakaldo. Segundo confirmam ao jornal fontes próximas do caso, ele está acusado de alegados crimes de homicídio e agressão sexual, pelo que o caso continuará a ser investigado no Tribunal de Violência contra a Mulher de Baracaldo.
No domingo passado, por volta das 11h30, a família da mulher disse a Ertzaintza que acabavam de encontrá-la inconsciente e aparentemente morta em sua casa. Equipes de proteção civil de Erzain Echea Sestao e pessoal médico foram enviadas ao local e confirmaram a morte da vítima. Para esclarecer o ocorrido, uma comissão judiciária e um perito forense também chegaram ao local e iniciaram uma investigação.
Uma autópsia mostrou que foi uma morte violenta. O conselheiro de segurança Bingen Zupiria garantiu na terça-feira que um homem detido pela sua alegada ligação à morte de uma mulher “exerceu violência” contra ela até “morrer”, dizendo que estava a ser interrogado. “Ertzaintsa está avançando com suas atividades e seguindo as orientações do sistema judicial. Em última análise, serão os juízes que avaliarão os fatos e terão que tomar uma decisão sobre este suposto assassinato”, disse Zupiria.
Após o incidente, centenas de pessoas reuniram-se em Barakaldo para condenar o assassinato. “Baracaldo não vai tolerar ou observar sem imparcialidade o assassinato de um de nossos vizinhos”, disse a prefeita Amaya del Campo, atrás de uma placa que dizia “Não à violência contra as mulheres”. Além do presidente da Câmara e dos vereadores de Biscaia, estiveram presentes no comício outros representantes de instituições, como a vice-geral de Biscaia, Elixabeth Echanobe, ou a diretora do Instituto da Mulher Basca (Emakunde), Miren Elgarresta.
Condenando o assassinato, Del Campo disse esperar que “todo o peso da lei recaia sobre quem cometeu este crime hediondo”. “E também haverá condenação dos moradores de Barakaldo, que afirmaram claramente que não vamos tolerar e assistir de forma imparcial ao assassinato de um dos nossos vizinhos”, enfatizou o prefeito.
Por sua vez, a responsável do Instituto Basco da Mulher, Miren Elgarresta, uniu-se à dor da família da vítima, a quem manifestou o seu apoio. “Colocamos à sua disposição todos os recursos e serviços governamentais disponíveis para estes casos. Este assassinato é a ponta do iceberg de um grave problema estrutural, como a violência sexista contra as mulheres, que está presente em todos os aspectos das nossas vidas e que condiciona e limita a vida e a liberdade de muitas mulheres no nosso país e em todo o mundo”, lamentou.
Por isso, toda a sociedade se voltou para a luta contra a “cultura da violência”, que, como neste caso, “mostra a sua face mais brutal”. “Precisamos da ajuda de toda a sociedade para desativar a masculinidade e tornar a nossa sociedade mais igualitária e livre da violência sexista contra as mulheres todos os dias”, disse ele.