novembro 20, 2025
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O atendimento a pacientes com traumas graves pode ser melhorado? Existem produtos cujas embalagens podem causar ganho de peso nas crianças? Como atrair talentos para o setor segurador, que, apesar das boas condições, não parece tão atrativo para as novas gerações? Estas são perguntas recorrentes que os pesquisadores se fazem. Graças à Fundação MAPFRE, hoje existem respostas a estas dúvidas através da promoção e desenvolvimento de projetos que exigem dedicação, tempo e cooperação.

Graças às Bolsas Ignacio J. de Larramendi, a fundação investiu mais de 170 milhões de euros em iniciativas e programas que impactam o bem-estar social. Com a missão de melhorar o presente e lançar as bases para um futuro mais próspero, a instituição impactou positivamente mais de 179 milhões de pessoas desde a sua criação, há 50 anos. Há muitas maneiras de abordar seu plano, mas uma das mais importantes é a pesquisa. Graças ao apoio de uma organização dedicada a promover a colaboração e a sinergia, puderam desenvolver o seu trabalho.

Através das bolsas de Ignacio J. de Larramendi, a fundação impactou positivamente o bem-estar social de mais de 179 milhões de pessoas ao longo de 50 anos.

Tecnologia integrada ao hospital

As bolsas de Ignacio J. de Larramendi apoiam diversas áreas, mas há uma de particular importância: a saúde. Um exemplo é a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Trauma e Emergência do Hospital 12 de Outubro. Em 2009, com o apoio da Fundação MAPFRE, a equipe lançou um projeto inovador utilizando gravação de vídeo para medir a qualidade da saúde.

O objetivo foi coletar dados sobre as ações médicas durante a atenção primária e analisá-las com rigor e autocrítica. O reanimador, médico e porta-voz do projeto Mario Chico observa que o projeto não tem o objetivo e é utilizado para julgar, mas para educar: “Ver como você trabalha quando acha que faz bem é difícil, mas é preciso melhorar”, afirma.

Através de análises realizadas em sessões colaborativas e construtivas, eles puderam examinar como e quando os protocolos foram seguidos, os procedimentos seguidos, a liderança, a comunicação ou a tomada de decisões sob estresse. “Conseguimos nos tornar independentes da memória caprichosa”, explica o médico. O que começou como um estudo piloto foi estruturalmente integrado ao hospital. Seu sucesso é comprovado pela capacidade de resistir a situações críticas como a pandemia de Covid.

Quando a ciência revela preconceitos

A Fundação apoia pesquisas que proporcionem uma visão racional e esclareçam medos e preconceitos. Uma dessas situações delicadas é a convivência de crianças imunocomprometidas com animais de estimação. Isso é sempre perigoso? Como isso pode ser seguro? A médica e pesquisadora Ana Maria Mendez observa que muitas das vítimas sofreram por orientação do médico, que lhes pediu que se livrassem do animal de estimação. “Hoje sabemos que isso não era necessário”, afirma. Em suas pesquisas, eles apresentaram conhecimentos científicos e ofereceram recomendações práticas por meio de uma abordagem chamada abordagem “o”.saúdeque integra a saúde humana, animal e ambiental.

O primeiro passo foi um inquérito a mais de 150 pediatras e 500 veterinários de Espanha e da Europa, bem como a 274 famílias com crianças transplantadas ou imunossuprimidas. “Os médicos sabem pouco sobre os animais e os veterinários sabem pouco sobre os pacientes. Este projeto obrigou-nos a falar a mesma língua”, conclui o Dr. Mendes. Eles então conduziram pesquisas sobre os benefícios psicológicos que os animais proporcionam. A etapa final foi a ação: um programa para introduzir a terapia assistida por cães nos departamentos de oncologia pediátrica e transplante do Hospital La Paz. “A saúde pública normalmente não financia pesquisas com cães ou gatos, mas graças à Fundación MAPFRE conseguimos demonstrar que também preserva a saúde mental”, admite.

As crianças e a ignorância são dois temas sensíveis que também foram abordados pela Dra. Ana Maria Rivas, Professora do Departamento de Nutrição e Ciências Alimentares da Universidade de Granada. Esta especialista e sua equipe investigaram a ligação entre embalagens de alimentos e excesso de peso. Eles analisaram substitutos do BPA com desregulação endócrina encontrados em plásticos, latas, garrafas e materiais em contato com alimentos. Entre os resultados, constataram que 52% dos produtos continham vestígios de bisfenóis e que havia uma associação significativa entre a elevada exposição ao BPA/BPS e uma maior prevalência de obesidade, especialmente entre meninas e meninos.

Graças ao apoio da Fundación MAPFRE, conseguiram abrir uma linha de pesquisa inédita na Espanha, “e que hoje tem importância internacional”. Na verdade, ele foi uma das forças motrizes por trás do regulamento da União Europeia (UE) de 2024 que impõe restrições mais rigorosas ao uso de bisfenol A, outros bisfenóis e seus derivados. Para Rivas, a ajuda da fundação foi uma contribuição fundamental para todo o processo: “Às vezes é preciso abrir uma fresta para ter acesso à luz”.

Melhore o seu negócio de seguros

Além da saúde física e mental, a Fundação MAPFRE visa financiar pesquisas que beneficiem outras partes da sociedade, como a economia. Por exemplo, com ênfase no presente e no futuro do mercado de trabalho. É o caso da investigação do grupo do empresário Jorge Martinez, que trata do negócio segurador e das suspeitas que a desinformação gera.

Ao considerarem se trabalhar no setor de seguros era uma opção atraente, descobriram que havia uma lacuna entre as percepções internas e externas. Os trabalhadores da indústria raramente querem mudar de emprego, mas, para quem está de fora, isso foi considerado ultrapassado ou desconhecido. “As pessoas não acham que seja um setor transparente, não querem ser identificadas com ele e não querem trabalhar nele”, diz Martinez. Dos 1.132 alunos pesquisados, 60% conheciam apenas uma função: vendas. Porém, após a apresentação, que durou cerca de 20 minutos, as opiniões mudaram: os resultados foram muito mais favoráveis. Eles disseram que a solução era tão simples quanto fornecer informações.

Além da saúde física e mental, a Fundação MAPFRE visa financiar pesquisas que beneficiem outras colunas da sociedade, como a economia.

O investigador José Luis Vilar e os seus colegas também se interessaram pelo setor segurador, mas numa perspetiva completamente diferente: queriam explicar o impacto das alterações climáticas na sustentabilidade deste negócio. Na realidade, à medida que o aquecimento global altera o perfil de risco, a questão tem sido como quantificar e monetizar esses impactos. “Os nossos colegas do Canadá, dos EUA, da França, da Alemanha e de outros países estão a estudar o fenómeno das alterações climáticas. Espanha não pode ficar para trás”, insiste Vilar.

O processo consistiu na adaptação do Índice Atuarial Climático Norte-Americano (ACI) à Península Ibérica, calculando o Índice Atuarial Climático Ibérico (IACI). Os índices resultantes serviram como ferramentas para precificação, reservas e avaliação de solvência. A análise confirmou o valor dos dados estatísticos e a importância económica da influência do clima nas perdas devido ao granizo na viticultura espanhola. “Se o seguro agrícola entrar em colapso em Espanha, o pilar económico do país entrará em colapso”, alerta o especialista. O seu projeto e o dos seus colegas coincidem em duas dimensões: técnica e social.