O Comando Sul do Exército dos EUA (Southcom) anunciou a morte de quatro pessoas a bordo de um barco que explodiu esta quinta-feira em águas do Pacífico, no âmbito de uma operação alegadamente destinada ao tráfico de droga que já custou a vida a mais de 80 pessoas neste oceano e nas Caraíbas desde setembro passado.
“No dia 4 de dezembro (…) a Força-Tarefa Conjunta Lanza del Sur realizou um ataque cinético letal a um navio em águas internacionais operado por uma organização terrorista identificada”, informou através da rede social X sobre a ação, que resultou na morte de “quatro narcoterroristas do sexo masculino a bordo do navio”.
Tal como noutros casos, os militares justificaram a acção ordenada pelo secretário da Defesa, Pete Hegseth, argumentando que a inteligência dos EUA “confirmou” que o navio que foi bombardeado transportava “drogas ilegais e transitava por uma conhecida rota de tráfico de drogas no Pacífico Oriental”.
No início desta semana, o chefe do Pentágono disse que “mal começaram” os ataques a navios suspeitos de traficar drogas no Caribe e no leste do Pacífico, que ele disse já terem acumulado, antes deste último ataque, 82 mortos confirmados em 21 operações.
Publicando isto vídeo do novo ataque a barco alegadamente ligada ao tráfico de droga no Pacífico Oriental, surge no meio de controvérsia no Senado sobre a legalidade destas operações militares da administração Trump contra navios deste tipo e as suas tripulações.
Pete Hegsethque se tornou o foco da atenção da mídia depois que o Washington Post informou que as tropas dos EUA ordenaram um segundo ataque a um navio no Caribe em setembro para matar dois sobreviventes do primeiro tiro.
Também na quinta-feira, o almirante Frank Bradley compareceu a uma reunião fechada com o Comitê de Serviços Armados do Senado que investigava a legalidade da ação militar contra a campanha antidrogas do presidente Donald Trump.
Esta semana, Trump garantiu que se preparam para iniciar operações na Venezuela para eliminar os alvos do tráfico de drogas.
A campanha de Trump perto da Venezuela e da Colômbia deixou pelo menos 80 mortos e levantou desafios legais a potenciais violações dos direitos humanos, como o caso da Comissão Interamericana de Direitos Humanos que o advogado do presidente colombiano Gustavo Petro moveu sobre a possível execução extrajudicial de um pescador no Pacífico durante uma das operações dos EUA.