Um tribunal colegiado mexicano anulou uma ordem de restrição que protegia o empresário Raul Rocha Cantu, coproprietário do concurso Miss Universo, pelo que este deve comparecer em tribunal para explicar o seu alegado envolvimento numa organização criminosa envolvida no comércio de armas e hidrocarbonetos. A Procuradoria-Geral da República, chefiada pelo agora ex-procurador Alejandro Hertz Manero, assinou o acordo como testemunha colaboradora, que foi rescindido na semana passada pela nova chefe da FGR, Ernestina Goda, que considera Rocha Cantu um “fugitivo da justiça” no México.
De acordo com o jornal MilênioA Segunda Vara Penal Colegiada do Quarto Circuito Judicial deferiu o pedido da Procuradoria-Geral da República para retirar a decisão após a renúncia de Alejandro Hertz Manero, suspenso do cargo em 28 de novembro.
Novos promotores fecharam o ciclo sobre o polêmico empresário que monopolizou os holofotes após o triunfo da mexicana Fatima Bosch no Miss Universo 2025, quando um membro do júri revelou supostos subornos pagos pelo magnata. Posteriormente, ele foi acusado de participar de uma conspiração para contrabandear combustível, armas e drogas da Guatemala, que o liga ao Cartel Jalisco Nueva Generacion (CJNG) e ao La Unión Tepito.
Na gestão de Hertz Manero, a FGR concedeu ao empresário o direito de cooperar como testemunha, o que o ajudou a evitar o primeiro mandado de prisão. No entanto, este privilégio foi suspenso com base em três argumentos principais: o seu não comparecimento perante a Secretaria de Segurança e Proteção ao Cidadão, o seu não comparecimento perante a Procuradoria Especial do Crime Organizado da FGR e o pedido dos representantes da Petróleos Mexicanos para anular o acordo, visto que Rocha Cantu não cumpria os requisitos para permanecer como testemunha cooperante.
Rocha Cantu conseguiu convencer o juiz do distrito penal do estado de Nuevo León a conceder-lhe imunidade de comparecimento perante o tribunal, argumentando que sua segurança pessoal estava em risco, e apesar de um segundo mandado de prisão emitido contra ele; mas esta medida foi cancelada por um tribunal colegiado.
De acordo com MilênioOs juízes Carlos Alberto Flores Alamilla e Victor Hugo Alejo Guerrero votaram pela revogação da medida preventiva, argumentando que as testemunhas devem comparecer pessoalmente; enquanto a juíza Sarah Veronica Siller Morquecho votou contra e decidiu a favor do comparecimento remoto, conforme sugerido por Rocha Cantu.
De acordo com o jornal CarrinhaUm novo mandado de prisão foi emitido em 15 de dezembro do ano passado, depois que Rocha Cantu se recusou a fornecer informações, faltou a dois comparecimentos e falsificou seus endereços. Os promotores acreditam que o empresário, que recentemente anunciou que mudaria a sede do Miss Universo da Cidade do México para Nova York, está no exterior.