novembro 14, 2025
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13/11/2025

Atualizado às 19h16.

A primeira coisa que o procurador-geral disse perante o tribunal que o julgou, agora sem a toga: “Eu sou o procurador-geral”. Vamos então. Para este efeito, as roupas podem ser deixadas para trás. Não é o hábito que faz um monge, mas sim a nomeação do governo. E seu apoio incondicional. Aí ficou claro que Álvaro García Ortiz era um homem de hierarquia. Acho que quanto mais alto você está, mais protetor você é deles. Com o quão bem você está indo. Ele deixou isso claro quando acusou – desculpe, os verbos jurídicos ficaram na minha cabeça – Almudena Lastra, a promotora sênior da Comunidade de Madri, de estar “insatisfeita” com ele. Ou para a sua posição. Nele tudo é igual, com ou sem inferno. “EU”. Garcia Ortiz, no meio do processo, repreendeu seu subordinado… por não atender rapidamente o telefonema! “Foi muito difícil para mim entender como um promotor recebe cinco ou seis ligações do Procurador-Geral e não atende. Tive que contar a ele no WhatsApp porque ele não me respondeu. Definitivamente, você precisa fazer uma avaliação.” Fui ensinado a tocar mais de duas vezes e ajustar. Também pensei que só os jornalistas têm chefes impacientes. É claro que a promotoria acabou sendo uma agência de notícias. Embora nem todos concordem sobre como receber informações. Eles ainda precisam de um guia de estilo? Não. Esta é uma instituição hierárquica, não há discussão aqui.

Dada a raiva pública, como será a raiva privada? “Receio que o debate sobre se juízes ou procuradores independentes, como já viram, devem liderar as instruções neste país.” Pura jurisprudência para o legislador em relação a Garcia Ortiz. Você vê o que eu disse no título? É aqui que conseguimos coisas boas.

Em segundo lugar, o tribunal mostra que não há lei aqui. Isto não é uma coisa pequena. Tive medo de que surgisse a ideia de que Maquiavel estava vencendo a luta contra as fraudes. A nossa democracia baseia-se no oposto: os fins não justificam os meios. Mas corremos o risco de quebrá-lo. Que confusão temos sobre a importância de combater as fraudes. Existe um risco real de receber carta branca em caso de vazamento. Mas não. No tribunal, todos entendem que aqui há um crime. Porque muitos estão fazendo o possível para combater a farsa, mas ninguém aqui diz: “Fui eu”. O que resta para nós? Ou você é um herói ou não é. Que a inconsistência seja visível é um presente para todos. Imaginemos, por exemplo, que um dia teremos que negociar com o Ministério Público. Se todos entenderem que não pode haver vazamentos, garantimos que nossos cases não serão veiculados. Ok, você e eu não somos famosos. Mas quem sabe, se um dia encontrarmos um político…

Dir-me-ão que sou ingénuo, que estas audiências orais são um espectáculo que causa danos incalculáveis ​​à democracia. Estou aumentando a aposta: seria melhor se eles nem fossem a tribunal.


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