dezembro 20, 2025
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O presidente do Governo, Pedro Sánchez, explicou após a cimeira europeia em Bruxelas que não considera desleal que a vice-presidente Yolanda Díaz exija unilateralmente uma crise governamental na sequência dos alegados casos de corrupção que afectam o PSOE e dos muitos casos de assédio sexual que surgirão nos próximos dias. “Apesar das nossas diferenças, há muitas coisas que nos unem”, disse ele de forma conciliatória na manhã de quinta-feira em Bruxelas.

Sánchez surgiu após uma maratona de chefes de Estado e de governo da UE, que após 16 horas concordaram em financiar a Ucrânia com euro-obrigações – embora reservando a opção de utilizar activos russos mais tarde – e adiaram a assinatura do acordo com o Mercosul até Janeiro. O presidente juntar-se-á nas próximas horas à campanha eleitoral na Extremadura e, no seu discurso aos meios de comunicação, atravessou a política nacional na ponta dos pés.

Não há censuras contra Diaz, com quem Sánchez já se encontrou nos últimos dias. Ainda não há nomes na mesa de negociações que possam substituir a presidente do governo, Pilar Alegría, que será a candidata do PSOE nas eleições em Aragão. Não houve conversa entre o presidente Sánchez e o ex-presidente José Luis Rodríguez Zapatero sobre o resgate da companhia aérea Plus Ultra, o que foi feito “em total conformidade com a legislação nacional e as exigências do Tribunal de Contas”. Visivelmente cansado depois de uma cimeira muito longa, o presidente deu uma conferência de imprensa muito curta, na qual não deu nenhuma notícia sobre a política espanhola e limitou-se a respostas breves às perguntas dos jornalistas.

Também não deu notícias sobre a posição da Espanha em relação à Ucrânia ou ao acordo comercial com a América Latina. Para Sanchez, o atraso do Mercosul não é problema: “Se esperamos 25 anos, podemos esperar 25 anos e um mês”, disse. Relativamente ao prato principal do menu da cimeira, o Presidente sublinhou que os Vinte e Sete concordaram por unanimidade com um empréstimo à Ucrânia de 90 mil milhões por um período de dois anos, que seria financiado por Eurobonds, e que a União continuaria a explorar a possibilidade de utilizar activos russos imobilizados (no valor de 210 mil milhões) posteriormente.

Vários países governados pela extrema direita opuseram-se a esta opção. A Bélgica, que concentra a maior parte dos activos russos, recusou categoricamente. Sánchez não avaliou a preferência de Espanha pelas euro-obrigações e pela alavancagem dos activos russos, mas no seu discurso inicial criticou os ataques à União Europeia “de fora e de dentro”, visando os populistas nacionais que já têm assento nos conselhos europeus. E que na cimeira decisiva sobre a Ucrânia conseguiram vencer atacando activos russos.

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