novembro 17, 2025
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Era criança prodígio livro, com a vantagem de que com o advento das novas tecnologias sua fama cresceu como um incêndio. Por isso, e também pelo número de competições nacionais e internacionais que venceu desde então, hoje, aos 22 anos. entrada para Gramofone Alemão e orientado pelo professor Antonio Pappano Com Orquestra de Câmara da Europao que já dá uma ideia de que seu caminho foi percorrido com sabedoria e sucesso. É uma pena que tenhamos demorado tanto para ver o violinista granadino em Sevilha e na sua digressão europeia. Isto continua a acontecer connosco, bem como a outro ilustre granadino, Heras Casadoa atual grande batuta de Bayreuth e muitas outras competições e primeiras orquestras, e aqui veio para Sevilha apenas com ELAUma excelente orquestra, mas não profissional, mas jovem.

Proprietários trouxe “Sinfonia Espanhola” de Lalouma obra (não há consenso se é uma sinfonia, um concerto ou o quê), que por sua vez é discutida pela sua qualidade em favor do seu extremo virtuosismo (foi dedicada e estreada Pablo Sarasato) e que nas mãos de Granadina nos pareceu uma obra-prima, porque conseguiu extrair dela tudo o que era espanhol e Granada, se fôssemos pressionados, conseguiu. Além disso, a obra começa com a força dos metais e imediatamente, e a recém-lançada Dueñas, sem a afinação que parece obrigatória, se vê diante de um movimento que já é uma passagem diabólica, com os agudos superiores que acertaram quando ela foi deixada sozinha alguns segundos após o início, revelando nele o início do tema e repetindo-o uma oitava acima.

Este trabalho parece ter trazido grande alegria à violinista em sua emocionante carreira e ela o considera um trabalho fetichista. E talvez, por mais que queiramos o caráter ilusório do folclore espanhol, a obra contém alguns requiebros (tresillos, por exemplo) e cadências frígias que nos lembram disso, além de ritmos habanera ('Carmem' a estreia ocorreu um mês depois da “Sinfonia”), e já os pudemos detectar na exposição do segundo tema, cujo substrato sustenta este ritmo. Aqui Duenas consegue enfatizar o caráter energético do ritmo/tema de abertura, principalmente quando entra a orquestra, que o solista deve repetir no “appassionato”. Bem, sim, isso não é surpreendente, assim como o tema lírico.

Ele 'Scherzando' o que se seguiu manteve a mesma vivacidade no ritmo da jota ou seguidilla, que a solista soube controlar, pois é um “tempo” em que se pode mover com muita liberdade e em que a jovem se pode mover com muita suavidade.

Maria Duenas (violino)

GUILHERMO MENDO

Ele 'Intermezzo' Oferece um início semelhante ao do início, tocado em uníssono por toda a orquestra, mas com um desenvolvimento que parece mais livre, mais improvisado, em que notamos aqueles pianos quase sussurrantes que logo contrastam com dinâmicas mais ardentes. A melodia do violino parece ser cantada e com um peculiar carácter andaluz (não se esqueça que é de Granada), com base em Havana. O contraste do volume nos ajudou a admirar outra qualidade dele: a facilidade com que ele se move pelas mudanças de dinâmica (e com que velocidade). Notável também foi a execução dos enormes saltos intervalados, que novamente atingiram os agudos, mas em célula repetitiva junto com outras passagens de virtuosismo exuberante. Parece óbvio, mas para chegar a este nível é necessária uma técnica excelente – que ele possui – mas tem conseguido disfarçar para que pareça algo natural ou acessível a qualquer violinista. Mas isso não é verdade.

Nesta “Andar” Pudemos ouvir o violinista mais expressivo, memorável ou dramático, bem como o cantor mais cigano, também em tom menor, embora esta seja uma das obras. A verdade é que à medida que se aproximava do final extra-virtuosístico, ele entregava seus graves mais vigorosos e seus agudos mais estratosféricos em velocidade considerável. E não é que o violino dela tenha perdido volume (isso também não falta), ou pelo menos onde estávamos, mas nos permitiu segui-la livremente até o incrível final ('Rondo Allegro'), com arpejos vertiginosos, interrompidos por trinados convulsivos, em que o intérprete ainda encontrava tempo para inserir simultaneamente uma nota repetida em pizzicato.

Naturalmente, tal final deu rédea solta aplausos mais altos do público, mas alguns deles foram aplausos após cada movimento (cada vez menos publicamente, é claro), sem perceber que talvez ainda não tenha terminado. Isso não só rouba qualquer valor dos aplausos, mas pode ser ofensivo, visto que o solista pode estar pensando em quão pouco esse público frequenta as salas de concerto, e eles vão lá para aplaudir toda vez que a orquestra chimpanzé. Mas também é verdade que não havia programa manualnem no papel nem no QR (estava na página do Teatro, mas achamos que quem aplaudiu não sabia ou se importava). Pelo menos o título poderia ser projetado no início de cada movimento, e até mesmo o número que ocupavam dentro dos cinco que compõem a obra (1/5, 2/5, 3/5…).

Esse o luxo de ter um professor pela primeira vezPappano na arquibancada do Teatro e não nos decepcionou com sua direção atenta e uma orquestra que soava muito bem e também dirigia as Granadinas com maestria. Também trocou o lugar dos violinos II pelos violoncelos e, embora isso seja cada vez mais comum, não é com tanta frequência que leva consigo contrabaixos, o que deixa os instrumentos de sopro expostos não tanto fisicamente como sonoramente, pois do canto onde fomos descobertos fomos levados pelo primeiro tiro inesperado de canhão. Felizmente, como toda a orquestra, eram pessoas muito bem calibradas e bem coordenadasmas ainda havia decibéis (o som dos contrabaixos compensaria/suavizaria parcialmente).

Mas não me diga que o maestro italiano estará no comando Dvorak “Danças Eslavas” op.46 Este não é um luxo desnecessário. São danças que nos parecem ao estilo de Brahms, mas com um resultado discreto, no fluxo destas, e que poderíamos imaginar numa versão para uma banda de metais num quiosque de uma praça ou para um concerto de Ano Novo checo.