O porta-aviões já está no Caribe. E os EUA estão a apertar o cerco a Nicolás Maduro. Assim, decidiu-se declarar o suposto Cartel dos Sóis, que, segundo os Estados Unidos e sem fornecer uma única prova, é comandado pelo Presidente da Venezuela, um grupo terrorista. A medida, anunciada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, é uma reviravolta dirigida ao presidente venezuelano.
Ao mesmo tempo, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse este domingo que os Estados Unidos “podem negociar” com o Presidente da Venezuela. Trump não especificou os detalhes de possíveis negociações com Maduro, mas disse que “a Venezuela quer conversar”.
Entretanto, desde 2 de Setembro, os militares dos EUA realizaram pelo menos 21 ataques a navios suspeitos de tráfico de droga nas Caraíbas e no Pacífico Oriental, resultando em pelo menos 83 mortes. A chegada paralela do USS Gerald R. Ford e de outros navios de guerra marca um marco na crescente pressão militar sobre Maduro.
Quando questionado no domingo sobre o que ele quis dizer com Maduro querendo conversar, Trump respondeu: “O que isso significa? Diga-me, não sei. Falarei com qualquer um. Vamos ver o que acontece”.
A chegada do porta-aviões coincide com o anúncio, este domingo, de um novo ataque mortal a um suposto navio de droga, este sábado, em águas internacionais no leste do Pacífico, que deixou mais três mortos.
Um grupo de ataque de porta-aviões que inclui esquadrões de caças e destróieres de mísseis guiados navegou pelo Canal Anegada, perto das Ilhas Virgens Britânicas, na manhã de domingo, disse a Marinha.
Comandante do grupo de ataque, Contra-Almirante Paul Lanzilotta: diz o comunicado que o porta-aviões fortaleça o já grande número de navios de guerra americanos para “proteger a segurança e a prosperidade do nosso país do narcoterrorismo no Hemisfério Ocidental”.
O almirante Alvin Halsey, comandante das Caraíbas e da América Latina, por sua vez, indica que as forças dos EUA estão “prontas para combater ameaças transnacionais que procuram desestabilizar a nossa região”.
A administração insiste que o envio de forças dos EUA visa parar o fluxo de drogas para os Estados Unidos, mas não forneceu provas que apoiassem as suas alegações de que os mortos nos ataques navais eram “narco-terroristas”. Trump deixou claro que a ação militar irá além dos ataques marítimos e também ocorrerá em terra.
Rubio, num comunicado divulgado domingo à noite, garantiu que o Departamento de Estado pretende designar o Cartel do Sol como uma organização terrorista estrangeira. Rubio disse, sem provas, que o cartel é liderado por Maduro e outros altos funcionários do seu governo e que ele está entre os responsáveis pela violência terrorista em todo o hemisfério, bem como pelo tráfico de drogas para os Estados Unidos e a Europa.
Quando a designação entrar em vigor em 24 de novembro, será crime fornecer “apoio material” ao cartel ou a seus membros.