É sua hora de brilhar Alexandre Topuriao mais velho dos irmãos, que sacrificou vários anos de sua carreira para se tornar a base do sucesso de Ilya. Depois de uma estreia bem-sucedida no UFC em fevereiro passado … Este sábado enfrenta um combate (17h00, Eurosport 2) que vai determinar o seu futuro no topo das artes marciais mistas (MMA). Quando El Conquistador (como foi apelidado) fala, o faz com calma, sabendo que está muito bem preparado. Durante a Fight Week em Doha, no Catar, ele visita a ABC para analisar seu confronto com Bekzat Almahan e os horizontes promissores que podem se abrir para ele caso termine com a mão levantada após a luta.
-Nos encontraremos novamente no UFC Fight Week, mas dessa vez é a vez dele lutar.
-Ótimo, eu agradeço.
-Conte-nos sobre os dias mais difíceis de perda de peso para um lutador, durante os quais ele teve que perder muitos quilos.
-Esta é uma etapa difícil, mas faz parte da jornada, por isso precisamos aceitá-la, seguir em frente e concluir o trabalho. A redução é progressiva e tudo deve ser feito de forma profissional, tenho pessoas muito profissionais e experientes para me apoiar.
– Como foi a adaptação em Doha? Como resultado, o clima lá é diferente daquele que temos agora em Espanha.
– É diferente, mas em relação a outros locais que visitei é muito parecido com o que podemos encontrar em Alicante, e o facto de a diferença ser de apenas duas horas tem um papel positivo na minha adaptação.
-Vamos conversar sobre a próxima luta. Bekzat Almahan é um cara que dificultou a vida do candidato ao título mundial Umar Nurmagomedov em sua estreia no UFC e é um perfurador feroz.
-Você se engana, esse é um adversário com o qual você precisa levar em consideração todos os aspectos dele, eu não foco apenas em parte dos “golpes” dele, geralmente eles se destacam no que é mais perceptível e às vezes outras partes são esquecidas, mas esse não é o meu caso, foco em absolutamente tudo, no sentido que levo isso em consideração, não significa que ele terá a luta que deseja. Vou lutar a luta que eu quiser.
– No final das contas, Bekzat é um lutador mais unidimensional que baseia seu estilo na trocação e na luta vertical, enquanto você é mais completo e versátil.
– Pessoalmente acho que sim, você tem razão, em qualquer aspecto, seja por cima, no wrestling ou no chão, não me sinto em desvantagem em absolutamente nada.
– Outra sensação que tenho é que o UFC coloca você contra dois grandes talentos fora do top 15, então o vencedor passa a focar nos maiores nomes.
-Talvez eu concorde com eles, a decisão final será do UFC, mas este é um confronto bastante interessante e importante.
– Uma vitória neste sábado significa um encontro com um time dos 15 primeiros?
– Para ser sincero, não me preocupo nem me desespero com isso. Nunca fui uma pessoa que pensa no que vai acontecer, vivo o dia a dia, trabalho por um futuro melhor, mas foco no que está na minha frente e não no que está atrás de outras portas.
-Mesmo sabendo que ele tem uma luta pela frente, os fãs estão muito interessados no futuro dele. Quais são seus planos para 2026?
-Eu nunca prometo, pelo menos quero fazer duas lutas por ano, como já falei para vocês, e se forem três ou quatro, então será uma decisão da vontade de Deus, não sei, finalmente esse ano terei duas lutas, nada mal. Talvez três ou quatro no próximo ano? É possível, mas pelo menos dois por ano.
-Quando me perguntam se acho que o Alexander vai ser campeão do UFC, respondo que é muito provável. Se ele estivesse lutando pelo título e Merab Dvalishvili continuasse sendo campeão do peso galo, ele subiria para o peso pena?
-Com o Merab fica claro que não vou lutar, ainda estou longe do cinturão, não levantaria esse assunto ainda, tenho autoconfiança, quem me conhece sabe onde estou mirando. Mas, como disse Merab, se tal caso surgisse, procuraríamos uma solução, mas tentaríamos não estagnar a divisão. Espero de todo o coração que quando eu chegar lá ele ainda seja campeão e tenhamos que tomar uma decisão tão boa. Mas lutar contra ele não é uma opção, não queremos fazer isso.
– Há um tema implícito neste esporte – os medos. Você tem medo quando vai para o octógono ou quando entra nele?
-Naquele momento não, mas você sempre tem perguntas, dúvidas, mas dúvidas precisam de respostas, e respostas exigem ações, e eu tive ações antes da luta, toda vez que entro na jaula, tenho todas as respostas necessárias para manter a calma. No momento decisivo todos teremos dúvidas, o principal é ter respostas, torna-se difícil se não as tiver, se não estiver satisfeito com o trabalho que fez anteriormente porque sabe que poderia ter feito muito mais, então as dúvidas transformam-se em medo.
– Concluindo, conte-nos se você observa algum ritual antes de entrar no octógono.
– Não tenho nenhum ritual propriamente dito, não sou aquele cara que, se não entrar em casa, por exemplo, com toalha, não ganha. Meu ritual é toda a reunião, dando 100% no acampamento.
– Muito obrigado pelo seu tempo, Alexandre.
-Muito obrigado, Álvaro.