THouve um grande incidente que ganhou as manchetes e gerou debate na Premier League neste fim de semana: a decisão do árbitro Chris Kavanagh de negar ao Liverpool o empate em sua partida de alto risco contra o Manchester City. A decisão é, na minha opinião, extremamente subjetiva, mas não é um erro claro e óbvio.
Começando por cima: A bola está no fundo da rede após cabeceamento de Virgil van Dijk de escanteio, e o árbitro assistente Stuart Burt marca impedimento. O jogador impedido é Andy Robertson, que está na área do gol. Quando a bola é cabeceada por Van Dijk, Robertson fica praticamente na frente do goleiro. Então ele se desloca para a esquerda, avança e quando a bola está prestes a acertá-lo, ele se esquiva e a bola vai parar na rede.
O gol é anulado em campo porque a bandeira foi levantada, mas como sabemos os gols são verificados automaticamente pelo VAR.
Estar em posição de impedimento não é em si uma ofensa; só importa se você se envolver em jogos ativos. Robertson foi penalizado porque foi considerado que ele tomou uma ação óbvia que afetou a habilidade de um adversário, neste caso Gianluigi Donnarumma, de jogar a bola. Não se pode dizer com certeza se Donnarumma teria recebido a bola e se o VAR, Michael Oliver, quiser reverter a decisão em campo, ele deve ter evidências claras de que Donnarumma não influenciado. Para uma intervenção do VAR são necessárias evidências claras para anular uma decisão, e não houve nenhuma.
Também funcionaria ao contrário. Se tivéssemos visto uma decisão de gol em campo, se não tivesse havido violação de impedimento, o VAR não teria intervindo. Teria sido uma verificação completa e o objetivo teria permanecido. No geral, teria preferido um golo, mas não foi um erro evidente negá-lo.
Após a partida, Arne Slot expressou sua insatisfação com a decisão a que tem direito. Ele disse que o assistente demorou 13 segundos para levantar a bandeira e disse que isso deve ter mostrado que houve comunicação com o árbitro, talvez destacando que esta não foi uma decisão clara. O árbitro e seus assistentes comunicam-se constantemente entre si. Obviamente o assistente olha de lado, identifica a posição de impedimento e o árbitro tem uma visão frontal onde pode ver se o jogador em questão está cometendo uma falta ao acertar um adversário. Eles se comunicam e às vezes as decisões demoram um pouco mais, mas não há nada de desagradável nisso.
O protocolo do VAR é muito simples: os árbitros em campo têm que tomar uma decisão. Você tem que revisar os incidentes e o que o VAR não quer fazer é reavaliá-los, dividi-los em seus componentes, porque há muita coisa acontecendo. Esta é uma decisão que não merece reversão. É aquele que você simplesmente deixa em campo.
É claro que o incidente frustrou algumas pessoas e foram feitas comparações com acontecimentos anteriores. Por exemplo, na temporada passada, o Manchester City marcou um gol contra o Wolves, apesar de Bernardo Silva estar em posição de impedimento, pois foi considerado que ele não iria atrapalhar outros jogadores. Mas não existem dois incidentes iguais e na situação de Silva há uma diferença significativa, nomeadamente que ele está claramente do lado do guarda-redes, a vários metros do voo da bola e não mergulha por baixo da bola.
após a promoção do boletim informativo
A melhor ação ao longo da temporada é continuar a informar o maior número de pessoas possível sobre o protocolo VAR, especialmente em relação ao impedimento. Todo mundo tem uma opinião sobre o jogo; Já fui ao supermercado e as pessoas me pararam para perguntar se acho que as situações estão claras e há erros evidentes. Mas quando converso com os fãs sobre como funciona o protocolo, a resposta padrão que recebo é: “Eu não sabia disso”.
O protocolo é legível para todos e acho que quanto mais informações pudermos fornecer, melhor será. Pode ajudar não só especialistas, mas também fãs, para que todos possam ter uma ideia melhor. Como sempre, a comunicação é fundamental.
Chris Foy é um ex-árbitro da Premier League.