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MADRI, 23 de dezembro (EUROPE PRESS) –
O Tribunal Eleitoral (TJCE) das Honduras condenou alegados atos de “interferência estrangeira” registados durante as eleições presidenciais do país em novembro passado, que permanecem por resolver por enquanto com um vencedor claro.
O tribunal, que afirmou que “disputas eleitorais” devem ser resolvidas “exclusivamente de acordo com o quadro jurídico existente” e “sem pressões indevidas”, criticou “ameaças, insultos e outros actos de interferência” contra juízes e funcionários.
Assim, o juiz Mario Morazan, cujo visto foi revogado há vários dias pelo governo dos EUA por alegadamente obstruir a contagem dos votos, destacou na sua declaração a importância de proteger “a independência do poder judicial, a imparcialidade e a protecção do Estado de direito nas eleições gerais de 30 de Novembro de 2025”.
Morazan sublinhou que “dignidade e justiça não são negociáveis” e alertou que qualquer tentativa de “minar a integridade do processo eleitoral ou condicionar decisões judiciais será recebida com determinação”.
“No caso de insultos e ameaças de figuras políticas nacionais e de atos de interferência estrangeira (…) deve ser enfatizado que os juízes devem agir apenas de acordo com a Constituição, os tratados internacionais e a lei, resistindo a qualquer interferência interna ou externa”, afirmou.
Neste sentido, sublinhou que as autoridades hondurenhas têm a responsabilidade de fornecer “resultados limpos, transparentes e verificáveis, adaptados às regras atuais e com absoluto respeito pela vontade dos cidadãos”.
“É do conhecimento geral que eu, tal como outros funcionários eleitorais, fui ameaçado de prisão por figuras políticas que representam interesses conhecidos do público, contrários aos interesses das suas próprias instituições políticas”, disse ele.
Na quinta-feira passada, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de Honduras começou a analisar quase 2.800 registros com discrepâncias em meio a tensões sobre alegações de fraude quase 20 dias depois de o país centro-americano ter realizado suas eleições presidenciais.
Por enquanto, Nasri Asfura – um dos favoritos do presidente dos EUA, Donald Trump – continua a ser o líder na corrida à presidência das Honduras, menos de um ponto percentual à frente de Salvador Nasralla, que denunciou o “roubo” das eleições no meio de repetidos problemas técnicos com a contagem dos votos.