MADRI, 18 de novembro (EUROPE PRESS) –
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na segunda-feira que iria assinar um projeto de lei que lhe chegou às mãos para desclassificar o processo do falecido empresário Jeffrey Epstein, condenado por organizar prostituição e acusado antes de morrer por suicídio de tráfico de menores.
“Claro que o faria”, garantiu o residente da Casa Branca aos meios de comunicação, respondendo assim à questão de saber se assinaria a lei sobre a publicação dos ficheiros acima mencionados se votasse duas vezes no Senado e na Câmara dos Representantes.
Trump confirmou assim a sua mudança de posição anunciada na véspera, quando pediu aos republicanos da Câmara que apoiassem a medida, garantindo que não têm “nada a esconder” no seu partido. Essa afirmação contrasta com sua resistência à divulgação dos referidos arquivos ao longo de seu segundo mandato, apesar de ser um de seus principais argumentos de campanha.
Mas manteve a substância das suas declarações nos últimos meses, atribuindo a insistência do Partido Democrata nesta questão como uma estratégia para ignorar o que Trump vê como os sucessos da sua administração. “Odeio ver como isso (os arquivos de Epstein) são uma distração”, enfatizou ele quando questionado sobre o assunto. “Não temos nada a ver com Epstein, os democratas têm”, disse ele.
As observações foram feitas menos de 24 horas depois de ele ter pedido aos republicanos que avançassem a legislação na Câmara Baixa, argumentando que “é hora de deixar para trás esta farsa democrata perpetrada pelos lunáticos da esquerda radical para desviar a atenção do grande sucesso do Partido Republicano”. No anúncio, ele reclamou que “alguns membros do Partido Republicano estão sendo usados”.
Na quarta-feira passada, o Comitê de Supervisão da Câmara e Reforma Governamental divulgou três e-mails entre Epstein e sua ex-parceira Ghislaine Maxwell, que foi condenada a 20 anos de prisão por seu envolvimento em uma conspiração de adolescentes que acabaram sendo abusadas sexualmente, e o colunista e escritor Michael Wolf. Neles, ele afirma que Trump “passou horas” com uma das vítimas da rede de tráfico de crianças.