dezembro 11, 2025
AMOBX72ARXJDPXFX5STO5KBV4A.jpg

Outro plano do presidente da Câmara de Madrid, José Luis Martínez-Almeida, está a desmoronar-se em tribunal. Desta vez, o Tribunal Superior de Madrid declarou “nula e sem efeito” parte do plano especial que aprovou em Outubro passado (com voto favorável do Vox) para transferir 205.000 metros de terrenos públicos para o Atlético Madrid depois de um cidadão interpor recurso contra ele. A Câmara Municipal de Madrid, como arguido, e o Atlético Madrid, como co-arguido, têm 30 dias para recorrer ao Supremo Tribunal.

O terreno é o que circunda o Estádio Metropolitano. Construído para sediar os nunca realizados Jogos Olímpicos, era composto por três locais, e foi quando um deles foi transferido que surgiram problemas com a justiça. No local das ruínas do centro aquático, onde actualmente os atletas olímpicos vinham participar em provas como natação ou pólo aquático, o clube de Enrique Cerezo previa a construção de um hotel e sala de concertos, tendo a Câmara Municipal de Almeida aprovado o projecto. Segundo a decisão, isto “representa uma transformação radical da finalidade pública da conspiração, uma vez que permite a sua utilização para atividades de natureza lucrativa e privada sem memória que motive suficientemente essa modificação”.

Outro argumento apresentado pelo TSJM para o desmantelamento do plano é que a Câmara Municipal não se comprometeu a realizar um estudo de impacto ambiental. “Deveria ter sido sujeito a uma avaliação ambiental estratégica em algumas das condições previstas naquelas regras de aplicação”, explica o juiz.

No entanto, nega que tenha havido “desvio de poder” por parte da Câmara Municipal, conforme alegado na acusação. “O seu objetivo não é satisfazer interesses públicos, mas sim interesses privados, em particular os interesses do clube Atlético Madrid”, disse quem interpôs o recurso. “Esta Câmara não valoriza provas suficientes”, responde o Tribunal a esta questão.

“Aconteceu exatamente o que dissemos que aconteceria”, critica o vereador socialista Antonio Giraldo. “É o que acontece quando o planeamento urbano é feito à la carte. Quando o interesse não é o interesse geral, mas sim o benefício de determinados interesses privados”, acrescenta.

Tanto a Câmara Municipal como o Atlético Madrid têm duas opções para o projeto. A primeira é recorrer ao Supremo, mas é um longo caminho. Levará “pelo menos um ano” para que o Tribunal Superior a aceite, explicaram fontes judiciais.

A segunda opção é que Almeida apresente um novo plano especial, semelhante ao que apresentou a Cibeles há um ano, e corrija aqueles aspectos que o juiz considera ofensivos e contrários ao interesse público. “É o que acontece quando o planeamento urbano é feito à la carte. Quando o interesse não reside no interesse geral, mas na satisfação de determinados interesses privados, como é o caso do Atlético Madrid”, concluiu.

Referência