Autoridades mexicanas prenderam na terça-feira no município de Aldama, cerca de 30 km ao norte de Chihuahua, Roberto N., também conhecido como 02um dos criminosos mais violentos do Território do Norte e que enfrenta um mandado de extradição para os Estados Unidos, de acordo com um comunicado do Gabinete. Durante a operação, os militares também prenderam mais 10 pessoas da cela criminosa. 02 realizou os seus ataques nos territórios de Aldama, Coyame del Sotol e Manuel Benavides, três territórios localizados perto da fronteira com os Estados Unidos.
Os militares iniciaram uma operação terrestre na cidade de El Pueblito quando o tiroteio começou. “Eles repeliram a agressão e assumiram o controle da situação”, disse o comunicado. Após o ataque, as autoridades apreenderam 11 armas longas, duas metralhadoras e dois rifles Barrett, armas de longo alcance destinadas ao uso militar. Também apreenderam outros artefatos explosivos, três carros e um drone. Esta operação é resultado da coordenação entre vários órgãos federais.
Elementos @GN_MEXICO_ E @Defensamx1 Prenderam 11 pessoas associadas a uma célula criminosa em Aldama, Chihuahua, entre elas Roberto “N”, vulgo “02”, alvo prioritário e principal fonte de violência nesta entidade, que tem uma ordem de extradição… pic.twitter.com/ceO68SqJO6
– Gabinete de Segurança Mexicano (@GabSeguridadMX) 3 de dezembro de 2025
A célula, à qual pertencem 11 pessoas, está em pleno confronto com outros grupos criminosos na zona fronteiriça de Ojinaga, a cerca de 200 quilómetros do local da detenção. As autoridades afirmam que Roberto N. foi o “provável responsável” pelos confrontos. “O governo mexicano considera isso uma prioridade”, enfatiza a carta. 11 dos detidos já foram transferidos para o Ministério Público para determinar a sua situação jurídica.
A prisão de 02 ocorre num momento em que o México colocou a questão da insegurança no centro das negociações. O assassinato do ex-prefeito de Uruapan, Carlos Manzo, no início de novembro, expôs uma ferida oculta do crime organizado em Michoacán. Mas o eco do descontentamento espalhou-se por todo o país. O governo mexicano estava orgulhoso da redução de 25% nos homicídios alcançada entre Setembro do ano passado e Agosto, de 87 vítimas diárias para 65. Foi o primeiro relatório da Presidente mexicana Claudia Sheinbaum, e os dados mostraram a eficácia da sua estratégia para combater a insegurança. Mas o assassinato do Manzo acordado interrompeu completamente essa aparente calma.
Chihuahua não escapou à violência que permeia as suas zonas fronteiriças com os Estados Unidos. A longa linha que separa o México do seu vizinho do norte sempre foi um ponto de discórdia entre os grupos do crime organizado, que vêem os Estados Unidos – com uma população de cerca de 340 milhões de pessoas – como um grande mercado para expandir os seus negócios ilegais, como a venda de drogas.