dezembro 30, 2025
fotonoticia_20251230054626_1200.jpg


Arquivo – Um homem diante de uma fila da tropa de choque em uma manifestação em Buenos Aires, Argentina.

– Europa Imprensa/Contato/Daniella Fernandez Realin

MADRI, 30 de dezembro (EUROPE PRESS) –

Um juiz argentino declarou inválido o chamado protocolo anti-piquetes proposto em dezembro de 2023 pela ex-ministra da Segurança e agora senadora Patricia Bullrich, que defendeu as regras, assim como a sua sucessora Alejandra Monteoliva e o próprio ministério, que anunciou que iria recorrer da decisão.

O juiz federal Martin Cormick declarou inválida a referida decisão, citando falhas em sua formalização, e disse que “as pessoas prejudicadas pelas ações da polícia e/ou das forças de segurança” em relação ao protocolo “devem – individualmente – denunciar tais ações ao sistema de justiça criminal, afirmou a rede Todo Noticias na decisão”.

Sua decisão surgiu em decorrência de ação movida pela ONG Centro de Estudos Jurídicos e Sociais (CELS), que a noticiou nas redes sociais.

“Neste processo, sindicatos, partidos políticos, movimentos sociais, povos indígenas, organizações de direitos humanos, ambientalistas e muitos outros se manifestaram para exigir que o protocolo fosse declarado inconstitucional. Este é um triunfo coletivo”, enfatizou a organização.

Por outro lado, o poder executivo, presidido por Javier Miley, manifestou-se insatisfeito com a decisão e vai recorrer, conforme afirmou o Ministério da Segurança em comunicado dizendo que “sem protocolo, o caos volta”.

“O protocolo é legítimo. Tem uma base técnica, jurídica e operacional. Vamos defendê-lo porque é um instrumento que trouxe de volta a ordem, a previsibilidade e a paz social”, afirmou o ministério, que defende o regulamento porque, afirma, “permitiu garantir a livre circulação e as ruas voltarem a pertencer a quem escolhe trabalhar”.

Assim, o ministério disse que o regulamento “não proíbe, mas prescreve” porque “existe o direito de manifestação, mas de uma forma que respeite a liberdade de circulação e o direito ao comércio”.

A atual gerente de portfólio, Alejandra Monteoliva, atribuiu a decisão à “velha política” em uma postagem nas redes sociais.

A principal propagandista e defensora do protocolo anti-piquetes, a atual senadora Patricia Bullrich, que através de X repetiu o mesmo slogan de Monteoliva, não gostou desta decisão. Da mesma forma, acusou o juiz Cormick de ser “sempre (…) contra o governo” e disse que sua decisão prejudicou “os argentinos que querem trabalhar, se mudar e viver em paz”.

Referência