A acusação popular utilizada no caso Dana Acció Culture del País Valencia (ACPV) exige que o juiz de instrução confronte a ex-vereadora Salome Pradas com o ex-secretário regional José Manuel Cuenca, chefe de gabinete de Carlos Mason. O advogado que representa a ACPV, Manolo Mata, aborda “graves imprecisões” nos depoimentos de duas testemunhas de Cuenca perante o juiz, particularmente no que diz respeito à ordem que Pradas afirma ter recebido de Cuenca para não incomodar Mason enquanto comia no restaurante El Ventorro. O Chefe do Estado-Maior General negou essas ordens
O comunicado do Ministério Público, a que este jornal teve acesso, pede um acordo para a realização de um confronto entre a testemunha José Manuel Cuenca e a arguida Salomé Pradas “sobre factos e circunstâncias de interesse para o processo que possam ser divulgados pelo investigador, pelo Ministério Público e pelas partes durante o processo”.
“Particularmente relevante”, diz a acusação popular, “é a polémica que surgiu quando o depoimento de uma testemunha contrariou as duras declarações da então Ministra do Direito e da Administração Interna, publicamente investigada por Salomé Pradas, sobre o facto de a testemunha ter sido informada de que não devia perturbar o Presidente e que todas as informações que lhe queria transmitir deveriam ser transmitidas através da sua pessoa”.
Pede também que a Direção-Geral de Tecnologias de Informação e Comunicação seja obrigada a apresentar um relatório sobre o “processo de substituição” do telefone corporativo de José Manuel Cuenca, que incluiu a eliminação das suas mensagens de WhatsApp. Cuenca se abriu em parte durante seu depoimento final para permitir, se fosse tecnicamente possível, que as mensagens fossem recuperadas.
A ACPV pede que, em qualquer caso, o relatório indique qual o técnico responsável pela substituição do terminal telefónico, e explique a “plausibilidade” de que durante este processo “desapareceram mensagens, fotos e documentos de WhatsApp equivalentes a um ano”, como afirmou a testemunha.
O papel do Ministério Público da Generalitat
A acusação popular apresentada por Compromís coincide com esta diligência, bem como com um pedido ao juiz para investigar o alegado papel do Ministério Público da Generalitat nas ordens recebidas por Salomé Pradas no meio de uma reunião do Centro Conjunto de Coordenação Operacional (Cecopi) sobre a possibilidade de prisão do chefe de gabinete, Carlos Mason.
José Manuel Cuenca, no seu segundo depoimento datado de 12 de dezembro, garantiu ao juiz que se limitou a recorrer ao secretário regional da Presidência, Cayetano García Ramírez, para aconselhamento jurídico.
Compromís e ACPV aceitaram o desafio e discutiram com o juiz a possibilidade de o Gabinete de Advocacia ser obrigado a apresentar um relatório sobre se García Ramírez solicitou qualquer avaliação jurídica, intervenção ou decisão “no que diz respeito às medidas sujeitas a adaptação” no dan.