dezembro 18, 2025
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Elorrio está localizado no coração de Biscaia, num vale rodeado de montanhas que ligam Guipuzcoa e Álava. Seu núcleo urbano combina ruas estreitas e praças, e seu traçado reflete séculos de ocupação humana. O centro da cidade é adjacente a zonas rurais que mantêm o traçado das antigas aldeias, mostrando que o planeamento medieval ainda está presente na estrutura da cidade.

A evolução de Elorrio é marcada pela transformação de várias aldeias díspares num único núcleo. Cada bairro contém ruínas que testemunham suas origens, e o centro da cidade possui ruas que ligam praças, edifícios religiosos e residências históricas. Esta distribuição urbana reflete os critérios de ocupação de um território, aliando defesa, economia e vida social, o que indica a adaptação da população ao terreno e aos recursos naturais.

Além do traçado urbano, a cidade distingue-se pela preservação do seu património arquitetónico. Os edifícios refletem séculos de história, desde igrejas até residências de famílias influentes, integrando-se harmoniosamente na paisagem. A relação entre o ambiente natural e o centro histórico permite percorrer a cidade, observando como a arquitectura civil e religiosa foi preservada, oferecendo uma visão abrangente da vida na região desde a Idade Média até à era moderna.

O património palaciano da cidade


Palácio Azpacotxaga em Elorrio.

Elorrio foi declarado conjunto histórico-artístico em 1964, o que protege sua arquitetura e traçado urbano. A cidade contém um grande número de palácios, construídos principalmente entre os séculos XVI e XVIII, no período de maior prosperidade económica, que esteve associado à indústria metalúrgica e ao comércio com a América. Estes factores reflectem-se na riqueza estrutural das fachadas e escudos que adornam os edifícios, fazendo de Elorrio a cidade com o maior número de escudos heráldicos de toda a Biscaia.

Os palácios são de propriedade privada e estão localizados ao longo das ruas e praças do centro histórico, enquadrando-se no traçado medieval da cidade. Destacam-se entre eles o Palácio Azpakotchaga, o Palácio Urquizu, o Palácio Arabi, o Palácio Urquizu Aldacecua, o Palácio Otsa, o Palácio Olazabal, o Palácio Laris, o Palácio Aldapabeytiatxikia, o Palácio Aldapabetia, o Palácio Ibarguen Urquizu, o Palácio Estebar-Arauna e o Palácio Arrabal de Suso. Cada uma conserva elementos de pedra e silharia talhada, varandas de ferro e portais com escudos para identificar a família que ali vivia.


Palácio de Urquizu Tola em Elorrio.

As fachadas dos palácios mostram a evolução dos estilos arquitectónicos ao longo dos séculos, com elementos renascentistas e barrocos integrados na estrutura original. A disposição dos edifícios em ruas e praças reflete um planejamento urbano que combina a presença social da família com a funcionalidade do espaço público, criando um percurso visual que liga a história ao cotidiano da cidade.

Monumentos e ambiente histórico

O centro histórico de Elorrio mantém o seu traçado medieval com ruas estreitas convergindo para praças centrais. A cidade caracteriza-se pela presença de importantes edifícios religiosos, entre os quais se destaca a Basílica de Purisima Concepción. A sua construção começou em 1459 em estilo gótico, mas devido à lentidão da obra foi concluída em 1506 com elementos renascentistas. A basílica é declarada Bem de Interesse Cultural e representa o ponto central do percurso histórico do município.

A Necrópole de Arguinheta, situada a poucos passos do centro, oferece um passeio pelo passado funerário da região. Situado em frente ao Mosteiro de Sant Adrian, inclui 23 túmulos e estelas de arenito datados do século IX, formando um dos complexos funerários mais importantes do País Basco. A sua localização em espaço aberto permite apreciar a paisagem do vale observando a disposição dos túmulos e os elementos que definiam as práticas funerárias da época.

Referência