O Advento e o Natal que se aproxima são um bom momento para a saudade, para olhar para os filhos que fomos e para tudo o que rodeou aquele tempo de dedicação. Também na fé. Por isso, a missa dominical na paróquia de San Gonzalo del … Era domingo de manhã viagem nostálgica para aquele mundo que estava trancado, como uma cápsula do tempo que nos foi dada para abrir anos depois.
Tudo falava (pelo menos para este cronista) de outro tempo: compositores com rosto São Vicente de Paulo (fundador da paróquia Pavlov) na capa distribuída entre os bancos, os movimentos de entrada e antes de cada leitura, o amoroso canto a cappella, o portal que “come” o altar, os cravos azuis aos pés da Milagrosa, o ministro extraordinário do sacramento realizando a reserva do sacrário… todos aqueles gestos e formas de participar na Eucaristia que nos fizeram recuar muitos anos.
A única coisa que saiu fora do tempo foi o gel hidroalcoólico consagrado, que era usado generosamente: durante o canto da trisage (“sanctus”) e antes da distribuição do sacramento. Esse infeliz hábito pandêmico realmente veio para ficar, como dizemos sobre qualquer coisa que atrapalhe nossos planos normais. E caramba, ficou…
Era público predominantemente idosomas isto é comum nas missas de domingo porque as famílias com crianças preguiçosas têm dificuldade em ir trabalhar. Havia uma comunidade paroquial em que os papéis eram bem distribuídos: todos sabiam o que tinham de fazer e faziam-no.
E se dava bem com o padre, que não faz parte do clero da paróquia. Embora os tênis brancos que apareciam sob o manto rosa rangessem um pouco, ele completou sua tarefa perfeitamente. E como bônus, deu à multidão um sermão muito bem escrito, oferecendo uma explicação homilética coerente relacionada às leituras proclamadas. Como deveria ser.
Começou falando sobre o deserto da vida cristã, “quando permanecemos com a rotina, com o que já estamos fazendo, e não fazemos nada de novo”, antes de passar à paciência, “para permitir que Deus trabalhe, não com mãos sobrecarregadas, mas com paciência ativa, estando atento à oração e à nossa vida no relacionamento com Deus e com os meus irmãos”.
De lá foi para mensagem central do evangelhoo testemunho de João Baptista: “Sou chamado a ajudar os outros a preparar o caminho, testemunhando como preparo o meu coração”, para o qual Gaudete dominical disse: “A presença de Cristo nas nossas vidas enche-nos de alegria, o desejo de celebrar o Natal enche-nos de uma alegria enraizada no Senhor, que vem de uma forma completamente nova”.
“Peçamos que Ele seja a nossa alegria, que não permaneçamos na preparação das coisas externas, mas que nasça em nós a alegria de Cristo, que nada nem ninguém nos pode tirar”, concluiu, parando o cronómetro aos sete minutos, sinal de que pensamentos bem estruturados podem ser transmitidos em pouco tempo quando está claro o que será dito.
A missa foi concluída com uma declaração paroquial do padre, que pediu aos fiéis que “decorem o coração agora que a igreja já está decorada”. Ele fez duas declarações: Retiro Adventista do Salesiano Dom Anselmo na tarde de segunda-feira e uma celebração pública do perdão em vez da missa na terça-feira como “in illo tempore”. Como eu disse: uma viagem cheia de nostalgia.