Se hoje é quinta-feira, estamos falando de masculinidade. Sobre a violência contra as mulheres. Sobre assédio sexual. Sobre abuso de poder. Silêncio cúmplice. Sobre os funcionários necessários. Do caso Salazar. Não confundir com o caso Torremolinos. Mesmo com o presidente do conselho provincial de Lugo. Sim, todos reagem no mesmo padrão e todos deixam vítimas no seu rasto. Mas a reação foi diferente: todos os atores eram do mesmo partido – o PSOE. No primeiro houve inacção, silêncio e uma suspeita mais do que justificada de uma clara vontade de esclarecer esta questão. O segundo foi investigado, a vítima foi entrevistada e recebeu o atendimento exigido pelo protocolo antiassédio da parte. Quanto ao terceiro, há uma denúncia contra o alegado perseguidor registada esta segunda-feira e, aparentemente, coordenada com a emissão de um programa televisivo que estava previsto para ir para o ar dentro de 24 horas, o que não significa que o depoimento não seja muito grave. Aliás, o líder orgânico do PSOE nesta província também renunciou às cinco da tarde desta quinta-feira ao cargo de Presidente do Conselho Provincial, embora continue a liderar o Conselho de Monforte de Lemos.
Ser de esquerda não significa ser feminista, embora existam formações políticas neste espectro, como o PSOE, que promovem políticas de igualdade e assumem algumas das questões da agenda feminista. O caminho se demonstra caminhando, sim. E, claro, atuar. As evidências mostram que o silêncio e a inacção servem apenas para minar a autoridade e a confiança das mulheres.