A fotógrafa Annie Leibovitz apresentou seu mundo nesta sexta-feira em País das maravilhassua primeira grande exposição na Espanha, com o apoio da Fundação Marta Ortega Perez, onde não faltam imagens de Rihanna, a “mulher superinteligente”, ou Penélope Cruz, ou Almodóvar, Elon Musk ou Salman Rushdie.
A exposição (Connecticut, EUA, 1949) mostra a carreira de cinco décadas do autor, que assinou algumas das imagens mais representativas da cultura popular e da história de seu país. “Pude fotografar um determinado período da minha vida”, disse ele, por isso a exposição é “um documento histórico do mundo em que vivemos.”
“Todo mundo é interessante. Todo mundo tem alguma coisa”, advertiu Leibovitz, enfatizando que seu verdadeiro interesse é pintura de retratos e “compreender” uma pessoa, além de conhecer o processo criativo de outros artistas. Contudo, alertou que se há uma coisa que respeita é o fotojornalismo. “Esta é a fotografia mais extraordinária”, e elogiou o trabalho dos repórteres que “dão a vida” para tirar a fotografia.
Ele enfatizou que em seu trabalho “antes de tudo” ele pensa em a atemporalidade de suas fotografias. “Adoro que durem muito tempo”, disse Annie Leibovitz enquanto visitava a exposição, onde quase uma centena de jornalistas estavam sentados em salas que também exibiam vídeos de Bruce Springsteen, da sua agente Karen Mulligan e da diretora criativa Grace Coddington detalhando a sua meticulosidade, teimosia e determinação quando se trata de realizar o trabalho.
Instalações da Fundação MOP no porto de La Coruña abrirá suas portas neste sábado até 1º de maio de 2026. e permitirá ver centenas de imagens (muitas delas expostas pela primeira vez) do fotógrafo que fez os retratos do Rei Felipe VI e da Rainha Letizia que estão pendurados nas paredes do Banco de Espanha. “Os dois ficaram surpresos por eu querer tirar uma foto tão formal, mas foi interessante para mim construir a tradição”, detalha.
Embora duas salas da exposição sejam dedicadas à moda e a Hollywood, o fotógrafo garante que Quando começou, não levava a moda “muito a sério”.. “Eu estava mais interessado em tecnologia do que em moda”, admite, por isso diz que passava horas em frente às bancas observando o trabalho de fotógrafos que admirava, mas “não se pode tirar fotografia de moda sem ver moda”. Ela confirma que foi Anna Wintour, editora da Vogue, quem a ajudou a finalmente se tornar fotógrafa de moda.
Além da imagem
Além de fazer um tour pela sua trajetória, a exposição serve de espelho para a visão que ele tem do seu trabalho e de como ele o faz. Em algumas das imagens, ele fornece comentários sociais sem palavras sobre o que chamou de sua “vanguarda jornalística”. É o caso de uma foto de Kim Kardashian segurando a filha enquanto tira um retrato no celular, e do ex-marido tirando outro retrato usando um iPad, além do retrato de Leibovitz.
A exposição começa com um mural, que ele chama de afresco “formação” para jovens fotógrafoscom imagens da turnê dos Rolling Stones em 1975, da qual participou ainda estudante, alegando ser bom no uso de cores, “mas isso não é verdade”. Depois de começar a trabalhar na revista Pedra rolantefoi para Feira da Vaidade onde estava conectado com a realidade social, o estágio após o qual levou a Moda moda e Hollywood aos seus pés.
O artista que tirou a última imagem de John Lennon antes de seu assassinato, legenda imagens icônicas como a da atriz nua e grávida Demi Moore (1991), que foi capa polêmica Feira da Vaidadeposteriormente reproduzido por cantores como Rihanna. Ele também fez retratos menos conhecidos, como Tom Cruise ou Scarlett Johansson.
As fotografias mostram que estão presas com alfinetes. evolução do fotógrafo apresentando imagens de atletas e ativistas ambientais e de direitos humanos, seus pais ao volante e até mesmo seu “camelo”. Vencedora do Prémio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades 2013, a exposição de Leibovitz destaca os seus interesses por escritores, artistas e paisagismo.