O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na terça-feira que está disposto a levar adiante a reforma legal para organizar eleições sem ter que acabar com a guerra, desde que os Estados Unidos e os aliados europeus de Kiev garantam a segurança do processo. Esta declaração surgiu depois de o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, ter dito no dia anterior que era altura de realizar eleições.
“Agora peço e digo isto abertamente para que os Estados Unidos me ajudem. Juntamente com os nossos parceiros europeus, podemos garantir a segurança necessária para a realização de eleições. Se isso acontecer, a Ucrânia estará pronta para organizar eleições dentro de 60-90 dias”, disse Zelensky, segundo a imprensa ucraniana, após uma reunião em Itália com a primeira-ministra do país, Giorgia Meloni.
O Presidente acrescentou que instruiu os deputados a prepararem propostas legislativas para alterar a legislação eleitoral. “Aguardo propostas dos nossos parceiros, aguardo propostas dos nossos deputados e estou pronto para anunciar eleições”, sublinhou.
Zelensky assumiu o cargo de presidente em 2019 e o seu mandato de cinco anos terminou em 20 de maio de 2024, quando foi automaticamente prorrogado porque a constituição da Ucrânia proíbe a realização de eleições durante a lei marcial.
O Presidente e a maioria dos líderes da opinião pública e dos partidos políticos do país ainda concordaram não só com a impossibilidade legal, mas também com a impossibilidade organizacional de realizar uma campanha eleitoral e as correspondentes votações em plena guerra.
Numa entrevista esta semana, Trump disse que a administração Zelensky está “a usar a guerra para evitar eleições”. “Não sei quem vai ganhar, mas há muito tempo que não há eleições. Sabe, falam de democracia, mas chega um ponto em que já não é democracia”, acrescentou Trump.